Deus nos deu os animais para aprendermos a valorizar o significado da palavra amizade.
Tuddy, era um pequeno cão da raça poodle. Não era apenas um cão, era o meu melhor amigo!
No dia em que fui a casa de uma amiga conhecer a ninhada que sua cadela de estimação tinha acabado de ter, me encantei com aquele ser minusculo que mal entendia o que estava acontecendo ao seu redor.
Era tão esperto aquele pequeno cão, pequeno mesmo, o menor da ninhada.
Veio em minha direção e me deu uma leve mordida. Nascia ali um amor incondicional. Pertubei minha mãe para trazer aquele ser minusculo para o nosso lar. Fiz tantas promessas! Jurei ama-lo, cuida-lo e zela-lo com todo amor e carinho que uma dona tem com seu fiel cão.
Permissão concedida, trouxe meu filhote para casa.
No começo foi dificil a adaptação, fiquei com uma pena! Separa-lo de sua mãezinha e seus irmãos para viver numa casa estranha, sem conhecer ninguém e ainda por cima com uma menina que não regulava muito bem (eu)... Mas 'conversei' com aquele pequeno ser, disse a ele que daquele dia em diante eu seria a mãe dele e que em qualquer momento eu estaria ao seu lado, como toda mãe faz com um filho.
Para dar as boas vindas, deixei ele dormir comigo. Não durou uma semana e ele já estava familiarizado com todos. Comeu meus ursos, meus sapatos, fez arte como qualquer cachorro de sua idade apronta e eu adorava aquela bagunça! Confesso que na hora eu ficava meio tensa, com raiva, mas passava a cada brincadeira nova que ele fazia. (detalhe, ele coninuo a dormir comigo rs )
Ele levantava cedinho, junto com minha mãe. Quando dava o horário para eu levantar, minha mãe colocava ele na escada e ele já ia direto no meu quarto. Eu ouvia o barulho de suas passadas. Chegando perto da porta ele ia devagar, subia na cama com movimentos leves e ficava me olhando. Não se mexia, não fazia nada. Apenas me olhava...
Eu fingia que estava dormindo e ficava imaginando o que ele estaria pensando. Esperava para vê qual seria sua reação ... E eu sempre dava um susto nele, sempre.!rs O abraçava e dizia: a mãe te ama muito! E ele balançava seu rabinho todo feliz! =]
Um dia para o meu despespero, ele se jogou da escada. Conseqüência suas patinhas da frente ficaram atrofiadas. Pronto! o apelidei de Tuddy Garrincha, o cão das patas tortas, igual ao idolo do nosso glorioso Botafogo que tinha as pernas tortas. rs
Nosso, porque o Tuddy amava assistir aos jogos comigo. A cada gol do Glorioso era uma festa, a cada derrota era uma carinha murcha que se encontrava no canto da sala.
Aquele cão astuto era um herói! Muitas vezes me salvou de insetos que vinham em minha direção ou latia para qualquer barulho que assustasse a Kika, minha outra cadela. Era só gritar: Tuddy, mata! E ele parava o que estivesse fazendo para atacar qualquer coisa que estivesse em sua frente. Chegava ser ilário a cena.
Quando Tuddy completou 3 anos, ele teve uma crise muito forte, nem conseguia andar. Fiquei desperada! Não sabia o que fazer! Eu chorava que nem uma condenada! Levei-o ao veterinário e descobri que meu pequeno super cão tinha artitre e que já não era mais tão jovem assim...
Aquela noticia me abalou muito e todo dia eu rezava para que Deus não levasse meu cãozinho.
Vivi dias maravilhosos ao lado dele. Toda minha pré adolecência ele acompanhou. Eu chegava em casa da escola, fazia o que tinha que fazer, colocava o cd do Gustavo Lins - Pra ser feliz ( no auge na época! rs ) e ia direto contar como foi meu dia para o Tuddy. Contava dos meus amores, dos meus planos para o futuro... Parece coisa de retardado né? Mas ele ficava sentadinho, parecia estar prestando atenção!
Engraçado, ainda dizem que os animais são seres irracionais. Irracionais são as pessoas que dizem isso! Se eu estivesse com alguma dor, ele fazia questão de ficar do meu lado. As vezes eu expulsava ele rs mas ele sempre conseguia o que queria, sempre!
Se eu estivesse alegre, ele sempre fazia uma maluquicie pra eu rir mais ...
Confesso que as vezes eu deixava de encontrar alguns amigos só para ficar mais tempo com meu Tuddy. Confesso também que o Tuddy era mais verdadeiro que alguns amigos!
Tuddy adorava que eu o colocasse no colo para vê a rua da sacada da varanda. Ficavamos horas e horas pegando a brisa do fim de tarde, olhando os pardais ( ele odiava pardais rs ) e implicando com o cachorro da vizinha. (ele odiava o cachorro da vizinha).
Hoje, fico na mesma sacada, mas sozinha. Ouço o cd do Gustavo e as lágrimas caem.. :(
Hoje, fico na mesma sacada, mas sozinha. Ouço o cd do Gustavo e as lágrimas caem.. :(
Tuddy se foi num dia em que o sol brilhava forte e o vento era em quente. Deixando muitas saudades, um vazio enorme.
Lembro de cada detalhe, parece que ele esta aqui comigo ainda. As lembranças estão presentes a cada momentos, em cada canto da casa. Quando fica um silêncio, juro ouvir seu latido fino e agudo. Me peguei várias vezes me perguntando: Sera que ele vai voltar?
Infelizmente, não! Esta no céu agora. É a estrela mais brilhante do céu!
Não há dia que eu não lembre daquele inesquecivel cão. Daquele mesmo em que jurei amor eterno.
Não é qualquer cão, era especial, era amado, era MEU!
Eu agradeço muito a Deus por ter colocado você em minha vida, Tuddy. Prova de amizade maior não há!
Agradeço muito por você ter aturado minhas maluquiceis, por embarcar nas minhas loucuras, por sempre me esperar na porta da sala e sei muito bem que do céu você me guarda e sei que a atenção agora é redobrada, afinal, você é meu anjo agora né? ?
" Pedi a uma estrela do céu o meu amor abençoar ♫ "
Essa música me faz lembrar você, Tuddy. ♥
In memorian Tuddy Frederico Persivaldo de Azevedo Lins*.
